“Uma coisa é acessibilidade física,
arquitetônica, outra coisa é a mudança de paradigma, de preconceito que as
pessoas ainda têm em relação à deficiência.” Assim, Maria do Carmo Britto de
Morais, presidente da Associação de Pais e Amigos dos Exepcionais (Apae), da
unidade de Salvador, coloca em evidência um ponto fundamental nas discussões
que envolvem deficiência e acessibilidade. A reformulação do conceito de
“acessibilidade” é o grande desafio das instituições que lidam com a pessoa
portadora de deficiência no Brasil. De acordo com a presidente, o tema ainda
precisa ser discutido em espaços de ampla difusão de conhecimento, como as
escolas, o que implicaria diretamente na mudança de mentalidade das pessoas.
Maria do Carmo de Morais, presidente da Apae-Salvador. Foto: Leonardo
Pastor / Labfoto
Atualmente, a Apae Salvador trabalha
com a inclusão de 178 crianças que ficam na instituição duas vezes na semana e
os outros dias em escolas regulares. Depois de completarem 16 anos, os jovens
são encaminhados ao Centro de Formação e Acompanhamento Profissional
(Ceduc), onde são avaliados em relação às suas habilidades e são
encaminhados para as oficinas. Segundo Maria do Carmo de Morais, durante as
atividades realizadas nestas oficinas os jovens são preparados para a inserção
no mercado de trabalho, e, a depender do tipo de deficiência, a preparação pode
ser mais lenta ou mais rápida. Hoje, a Apae Salvador trabalha em parceria com
46 empresas e possui 206 jovens atuando no mercado de trabalho.
A vida
para uma pessoa portadora de deficiência física não é nada fácil. Se para
pessoas sem qualquer problema físico, o dia-a-dia já é uma experiência
estressante, imagine para quem depende de adaptações ou da ajuda de terceiros
para se locomover.
São
muitos, aliás, os obstáculos enfrentados pelas pessoas portadoras de
deficiências - de ordem social, política, econômica e cultural e não só os do
cotidiano - distanciando-os bastante de conseguirem chegar ao ideal pretendido
pelas Nações Unidas de "Participação Plena e Igualdade".
Isto
porque o ponto crucial da questão estaria na relação entre o indivíduo e uma
sociedade com padrões definidos, que alimenta a separação, ao tratar de forma
inadequada os limites e as diferenças do outro.
A
Lei
Em termos constitucionais, a situação da pessoa portadora de deficiência
física não é má. De acordo com a lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989,
publicada no Diário Oficial do dia 25/10/89, que dispõe sobre o apoio às
pessoas portadoras de deficiência, está assegurado a elas o pleno exercício dos
direitos individuais e sociais, além de sua efetiva integração social.
Por: Rosa Sanil
FONTE: Leonardo Pastor e Naiá Braga/ APAE
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